SAL: O INIMIGO INVISÍVEL E SILENCIOSO DOS PORTUGUESES

Atualmente, o sal é um dos condimentos mais utilizados a nível mundial, sendo que Portugal não foge à exceção. Este condimento tem sido utilizado ao longo dos anos, não só para aumentar a palatabilidade dos alimentos, como também aumentar a sua durabilidade, mas apesar das suas várias utilizações e da grande importância que já adquiriu em tempos, a utilização do sal é atualmente alvo de restrição. Segundo a Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), em média, os portugueses consomem 10,7g de sal por dia. É importante salientar que esta quantidade representa mais do dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que indica que o consumo não deve exceder os 5g (o equivalente a uma colher de chá rasa) por dia, por adulto, sendo que esta quantidade já inclui o sal presente nos alimentos. Níveis elevados de consumo de sal estão diretamente associados a uma maior pressão arterial e a um aumento do risco de doenças cardiovasculares, como AVC, enfarte agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca. Numa escala mundial, o uso excessivo de sal é responsável por 2,3 milhões de mortes por ano devido a doenças cardiovasculares. Estes dados, associados ao facto de que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal, demonstram a elevada importância do controlo da ingestão de sal, e é iminente que esta realidade seja alterada o quanto antes. Segundo dados da população portuguesa, se cada português consumisse menos 2g de sal por dia, a taxa de acidente vascular cerebral (AVC) desceria entre 30% a 40% nos 5 anos seguintes, sendo que esta diminuição significaria menos 11 mil casos de AVC, por ano, em Portugal. E onde se esconde o sal? Para que se consiga fazer uma redução da quantidade de sal que se consome, é necessário estar ciente de onde este pode ser encontrado. De uma forma geral, cerca de 10% do sódio que se ingere diariamente tem origem no conteúdo natural dos alimentos, o restante é proveniente da adição durante o fabrico de alimentos processados ou no momento da confeção. No caso dos alimentos processados, estes são responsáveis, aproximadamente, por 70% a 75% do consumo deste nutriente. Que estratégias deve adotar para reduzir o consumo de sal? - Ler os rótulos dos alimentos no momento da compra e preferir alimentos que apresentem até 0,3g de sal por cada 100g de produto, evitando os que apresentem mais de 1,5g de sal por 100g de produto; - Limitar o consumo de produtos de conserva, produtos que passaram por um processo de salga, refeições pré-confecionadas, produtos industrializados como caldos, sopas desidratadas (de pacote), refeições enlatadas, molhos industrializados, aperitivos salgados, produtos de charcutaria e salsicharia; - Substituir o sal por ervas aromáticas, especiarias, sumo de limão e os molhos industrializados por molhos caseiros; - Combinar alimentos de sabor intenso com outros mais insípidos para concentrar cheiros e sabores, e utilizar marinadas e vinha de alhos para temperar; - Reduzir gradualmente a quantidade de sal que adiciona às suas refeições, e não colocar o saleiro na mesa no momento da refeição; Nutricionista M. Francisca Teixeira 5349N Referências Bibliográficas: 1.European Cardiovascular Disease Statistics 2017 edition n.d. 2.Medeiros 2017 3.Mundial Da Alimentação -16 n.d. 4.Ricardo Jorge n.d.) 5.Bannwart, Pinto e Silva, and Vidal 2014) 6.ERVAS AROMÁTICAS-UMA ESTRATÉGIA PARA A REDUÇÃO DO SAL NA ALIMENTAÇÃO DOS PORTUGUESES n.d. 7.” Redução do Consumo de Sal”. ASAE. Disponível em: https://www.asae.gov.pt/segurancaalimentar/conselhos-praticos-para-os-consumidores/reducao-do-consumo-de-sal.aspx 8. “SAL E A HIPERTENSÃO ARTERIAL”. Sociedade Portuguesa de Hipertensão, julho/agosto 2023. Disponível em: https://www.sphta.org.pt/pt/base8_detail/25/105 9. Ferreira, Joana. “Como reduzir o sal na alimentação”. Fundação Portuguesa de Cardiologia. Disponível em: https://www.fpcardiologia.pt/como-reduzir-o-sal-na-alimentacao/